domingo, 28 de agosto de 2011

A Língua Portuguesa em Ação: Educação Pública

A Língua Portuguesa em Ação: Educação Pública: Já faz algum tempo que há um desgastante debate acerca da Escola Pública. Não me refiro a apenas escolas do primário ou dos ensinos fundamen...

Educação Pública

Já faz algum tempo que há um desgastante debate acerca da Escola Pública. Não me refiro a apenas escolas do primário ou dos ensinos fundamental e médio. Mas da creche até a Universidade. Muitos políticos, sociólogos entre outros estudiosos do assunto, acreditam que a melhor forma de haver uma valorização e, consequentemente, maior investimento na escola pública, é tê-la como direito "apenas" dos mais carentes. Ou seja, se o estudante quiser ingressar nesse tipo de escola, deve comprovar não ter condições de pagar uma privada. Ou, mesmo tendo condições financeiras superiores, matricular seus dependentes nos primeiros anos na escola pública para garantir sua vaga em uma das super concorridas Universidades Públicas do Brasil.
Agora, por que estou falando isso?
Deixa eu explicar melhor.
Há muito sabemos que as pessoas que mais ingressam nas Universidades Públicas são vindas do ensino privado. São de classe média e alta. Devido a isso, originaram-se as políticas de cotas: cotas para negros e para oriundos de escolas públicas, por exemplo. Foi uma maneira de tentar "garantir" o ingressos dos menos afortunados ao ensino superior público e gratuito.
Por causa disso, muitos das classes médias estão matriculando seus filhos, pelo menos, no Ensino Médio, de Escolas Públicas Estaduais e Municipais para terem maiores chances de entrar nessas mesmas Universidades Federais e Estaduais, só que utilizando a cota de alunos oriundos do ensino público.
É mais uma forma de burlar a lei e passar por cima de outros competidores que passaram toda a sua vida em escolas públicas e, por conseguinte, tendo menos condições de passarem em um vestibular. Não por falta de competência ou compromisso dos educadores, mas por falta de condições de trabalho a que nós somos submetidos cotidianamente.
Então, se a escola pública em todos os seus níveis fosse direcionada aos mais pobres, com certeza a concorrência seria mais justa e abriria mais vagas àquelas pessoas que precisam se aprimorar para ingressarem no mercado de trabalho, cada vez mais competitivo, com chances reais de serem contratados.
Por outro lado, se apenas os mais carentes tivessem acesso ao Ensino Público em todos os níveis, será que continuariam os mesmos investimentos que, ainda, as Universidades Públicas recebem? Será que esses investimentos existem por terem matriculados em seus cursos pessoas de nível econômico superior?
Precisamos, muito, pensar sobre isso.
E se cobrarmos mensalidades ou taxas daqueles que, por sua origem social, poderiam pagar sem problemas financeiros? Que consequências seriam geradas com essa medida?
Há também uma ideia de se obrigar os políticos matricularem seus dependentes em escolas públicas para se garantir um melhor investimento, desde a creche à universidade. Pense nisso.
Estão para haver muitas mudanças e precisamos estar "antenados", examinando e refletindo desde já para que não sejamos pegos de surpresa.
Há uma enquete ao lado sobre essa questão. Reflita, responda e acredite que só através de uma educação de  qualidade para todos e todas o futuro estará cada vez mais próximo de nós, brasileiros e brasileiras.

domingo, 21 de agosto de 2011

A Língua Portuguesa em Ação: Educação, educação, educação

A Língua Portuguesa em Ação: Educação, educação, educação: Assistindo ontem ao programa Criança Esperança, que por sinal foi muito bom, uma frase de Didi me chamou muito a atenção e é muito pertinent...

Educação, educação, educação

Assistindo ontem ao programa Criança Esperança, que por sinal foi muito bom, uma frase de Didi me chamou muito a atenção e é muito pertinente repití-la neste momento. Ele falou que a solução dos problemas que as crianças sofrem se resumem em três palavras: "Educação, educação e educação".
Isso é uma enorme verdade. Levando-se em conta que Educação não é só relativa à disciplinas escolares e, sim, a tudo que envolve a formação de um ser para a cidadania, realmente com a Educação, todos os problemas seriam resolvidos.
O grande problema é que os que estão no poder, tanto Federal, quanto Estadual e Municipal sabem disso. Na verdade, não é nenhuma novidade. Mas continuam sem investir. Por que será? Eu respondo: não dá voto.
Mas o que dá voto, então? Obras que chamam a atenção imediata da população: viadutos, tapa-buracos, consertos de esgotos, reformas nos prédios de hospitais, escolas, delegacias. Tudo que seja superficial.
Mas, naquilo que seja a longo e médio prazo é "esquecido" ou ignorado.
Vejamos um exemplo concreto na cidade do Recife:
O prefeito tem investido nesses últimos dias no problema da mobilidade. Existem enormes engarrafamentos em qualquer hora nessa cidade. A população reclama muito. Então, ele resolveu tapar buracos, construir e alargar viadutos. Tudo bem. Isso é necessário. Mas por que não tem verbas quando tratamos de contratação de mais professores (uma boa parte é estagiário-regente), construção e consertos de quadras escolares, aumento de aula-atividade (a nova lei do magistério estipula 1/3 ou seja 33,33%, a prefeitura insiste em 20%), construção de mais escolas (as que existem não dão mais conta da quantidade de alunos matriculados e as salas estão superlotadas), entre tantas outras coisas.
Mas isso não fica apenas no nível municipal. Um jornal de grande circulação trouxe em sua capa uma reportagem sobre o índice de crianças sem problemas dentários devido ao não cumprimento da lei que exige que se use flúor na água que é tratada pela companhia de água e esgotos estadual.
É um absurdo. O mesmo governo que está prometendo tanto investimento para preparar Recife e região metropolitana para a Copa, não trata nossas águas adequadamente. Uma vez que essas crianças acabam perdendo os dentes precocemente, são afetadas em várias áreas de sua vida, inclusive na saúde e educação.
O mesmo acontece no âmbito federal, quando não se dá um tratamento adequado ao investimento que se faz na educação brasileira.
Portanto, não podemos ficar satisfeitos com essas obras ou propostas de obras que estão para ser realizadas. É uma obrigação dos que estão no poder fazer isso pela população que já paga tantos impostos. Devemos exigir mais. Principalmente na Educação para que, um dia, sejamos um país que acreditamos poder ser. 
O Brasil já deu muitos exemplos ao longo de sua existência do que pode realizar de positivo diante dos problemas. Então, que sejamos capazes de, finalmente, através da Educação, sermos um país do futuro, agora, no presente.

sábado, 20 de agosto de 2011

A Língua Portuguesa em Ação: Que país é esse?

A Língua Portuguesa em Ação: Que país é esse?: O gênero musical é um dos que têm grande facilidade de levar algum tipo de informação à sociedade. Quanto mais pop, melhores as chances de s...

Que país é esse?

O gênero musical é um dos que têm grande facilidade de levar algum tipo de informação à sociedade. Quanto mais pop, melhores as chances de ser escutado, curtido. O Legião Urbana, com seu punk-rock, foi, ainda é, e creio que ainda será por muito tempo um grande exemplo de banda que soube utilizar desse gênero para propagar suas ideias sempre atuais. Mesmo não sendo pop, foi popular e chegou a todas as classes sociais. Não foi por acaso que foi utilizada sua canção "Que país é este? na novela das nove da Globo. Muito pertinente o seu uso, pois fala de uma situação que ainda permanece e se perpetuará ainda por tantas gerações em nosso país.
Infelizmente, a sua magnífica letra é bastante representativa de nossa realidade; embora tenha sido escrita em 1978 (33 anos atrás) e relançada em 1987 (24 anos atrás).
Pois é, passa geração, chega geração, e a impunidade, a corrupção, a falta de investimentos na educação, segurança e saúde, os altos índices de violência, os altos impostos, a inflação, o desemprego, a compra ou troca de votos e favores no poder AINDA são notícia de jornais.
Gente, até quando o Brasil estará nesse marasmo, onde NADA acontece verdadeiramente para mudar essa situação?
Gente, até quando precisaremos de campanhas de solidariedade como Criança Esperança e Teleton para tentar apaziguar a miséria cultural, de saúde, de educação, de segurança etc que afligem esse país há centenas de anos?
Isso me deixa muitíssimo indignado. Parabéns às ONGs e campanhas como as citadas acima que tentam fazer algo que é DEVER do poder público nos oferecer GRATUITAMENTE. Até porque nós pagamos caro para termos tudo isso. Só que não temos.

Bem, para refletirmos um pouco melhor sobre esse assunto que já deveria estar no PASSADO, mas que insiste em estar em nosso PRESENTE, vamos curtir e refletir na letra de Legião Urbana, Que país é esse?


Que País é Esse?

Legião Urbana

Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
No amazonas, no Araguaia iá, iá,
Na baixada fluminense
Mato grosso, minas gerais e no
Nordeste tudo em paz
Na morte o meu descanso, mas o
Sangue anda solto
Manchando os papéis e documentos fiéis
Ao descanso do patrão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Terceiro mundo, se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai fica rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Doas nossos indios num leilão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

domingo, 14 de agosto de 2011

Mais uma da publicidade !!!

Estou mais uma vez indignado com essas agências de publicidade que apostam no mau gosto. Ou, pelo menos, em conceitos inadequados à sociedade atual. Vejam como essa propaganda está disseminando a ideia do macho-alfa, do homem (macho) dominando o mundo.
O motorista é o galã e ele tem à sua disposição todas as mulheres do mundo, babando por ele ter um carro potente e sofisticado. Nada contra o carro, claro. Mas essa ideia do carro ser de homem, é ridícula e ultrapassada. Muitas mulheres têm conseguido derrubar esse preconceito.
Precisamos sempre analisar tudo que chega aos nossos ouvidos e olhos. Devemos, como cidadãos, ter um espírito crítico e sermos capazes de ler nas entrelinhas as informações que estão vinculadas ao que lemos, assistimos e escutamos. Isso é característica de um leitor competente.
Portanto, sejamos leitores e cidadãos competentes e vamos dar um basta nessas ideias e filosofias que atrapalham o bom desenvolvimento da sociedade.


Um abraço a todos e a todas!!!
E feliz Dia dos Pais!!!

sábado, 13 de agosto de 2011

Trágico ou Cômico?

Nesse anos de experiência como docente, presenciei de quase tudo na educação e, em particular, na sala de aula. Momentos cômicos, trágicos, interessantes...
Aqui estão algumas situações que, se não fossem trágicas, seriam cômicas.

Professor escreve: O problema do mundo atual é o individualismo.
Aluna: Tá errado, professor!!!
Professor: O individualismo?
Aluna: Não. O certo é POBREMA!!!

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O professor fala pro diretor: - A tinta do pincel atômico acabou, os alunos não trouxeram livros e não tenho giz.
Diretor: Use a criatividade, professor!!! Você tem boca e eles, ouvidos. Então, caro amigo, FALE que eles OUVEM!!!
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Professor pergunta: - Alguém trouxe livro hoje?
Aluno 1: Não, fui roubado!
Aluno 2: Não, perdi!
Aluno 3: Não, molhou!
Aluno 4: Não, caiu na maré!
Aluno 5: Não, vendi!

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Estudante alegre: Amanhã não tem aula !!!
Professor alegre: Amanhã não tem alunos!!!

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Professor 1: Já sei como fazer a escola ser um lugar legal!!!
Professor 2: Como, amigo? Socialize essa ideia!!!
Professor 1: Mantendo os alunos em casa!!!

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Professor: - Iremos falar hoje da Revolução Francesa que ocorreu no século XIX na Europa. Em qual país aconteceu?
Aluno: - Na Venezuela!!!

De volta ao machismo e à discriminação!!!

Quem me conhece, sabe que não sou moralista, que não discrimino nada nem ninguém. Como dizem, cada cabeça é uma sentença.  Contudo, sou um voraz crítico dos que utilizam nossa língua, que é um dos mais valiosos patrimônios de nossa nacionalidade, de qualquer forma, principalmente no que se trata de compor. Aqui, em Recife, existem alguns compositores que não fazem bom uso de nosso idioma. Ainda intitularam-se MCs. Os verdadeiros MCs não perderiam seu tempo escrevendo letras que só fazem denegrir o gênero feminino ou que não têm nada a acrescentar aos seus fãs. Não quero dizer, com isso, que boa letra é aquela que segue a norma padrão da Língua Portuguesa, ou que pertence a tal gênero ou região. Não tem nada a ver. Boa canção é aquela que acrescenta ou distrai de forma que não fere a cidadania de ninguém.
Aqui, em Pernambuco, o Ministério Público está averiguando uma denúncia feita sobre alguns "MCs" que, através de suas letras, incitam à pedofilia. Ou, no mínimo, desvalorizam o gênero feminino, fazendo retornar na cabeça dos jovens o machismo ainda tão forte nesse país. Esse machismo ainda mata centenas de mulheres por ano no Brasil. E é isso que eles querem construir nas mentes dos mais jovens e influenciáveis fãs.
Não sou contra, repito, nenhum estilo musical. Mas não posso deixar de ficar indignado com tipos de letras como essas abaixo:

Posição da Rã
(Mc Cego e Mc Metal)

Tamos de volta na pegada esse moleque é
bam bam bam,
Quero as novinhas na posição da rã...
[...]
E o comentário das novinhas espalhou para geral
Quem faz amor gostoso é Cego e Metal!
[...]
Deixou o seu marido pra provar da posição [...]

Gostou Novinha?
(Mc Cego e Mc Metal)

Gostou novinha?
Ai, gostei, quero Metal e Cego fazer amor outra vez.
E ela disse bem alto, minha mãe ficou brava,
Papai mimou demais, mas só vivo na cachorrada
[...]
Geral foi à loucura, e as novinhas gostou,
É que Metal e Cego parece ator de pornô.

Se eu Mato eu vou Preso
(Mc Sheldon)

Mas se eu mato eu vou preso
Se eu roubo eu vou preso
Se é pra pegar novinha eu vou preso satisfeito
As novinha tem um feitiço de deixar os homem estigado
[...]
As de 14 eu tô fora, as de 15 é muito nova, a 16 já tá na hora,
17 eu vou agora
[...]
Porque eu sei que é complicado pela lei eu tô errado mas
não posso fazer nada se o amor fala mais alto.

Pois é. Esse tipo de canção, infelizmente, faz muito sucesso entre a população mais carente. Exatamente, por falta de uma orientação, de uma educação eficaz e pela falta de estrutura familiar e social. 
Precisamos dar um basta nisso. São aproveitadores dessa realidade social dessas comunidades para influenciarem facilmente a delinquência e a discriminação.
Vamos refletir sobre isso e lutar pela cidadania de todos e todas. 
Um abraço !!!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Empréstimos Linguísticos

Vamos falar um pouco de empréstimos linguísticos, ok?
Toda língua que é usada no cotidiano de uma coletividade, sofre mudanças de várias formas ao longo de sua história. É a diferença entre uma Língua Viva e uma Língua Morta. A Língua Portuguesa não é diferente das demais.
Se observarmos a história de nosso idioma, poderemos verificar o quanto já foi modificado. Às vezes sofre acréscimos, outras vezes, perde algo. Isso faz parte da dinâmica de uma língua. 
Com a influência de outros idiomas, pois nenhuma língua é isolada ou pura, acabamos adaptando algumas palavras ao nosso idioma (aportuguesando), ou tomando por empréstimo. Ou seja, muitas palavras utilizamos sem a necessidade de traduzí-las. Vamos usando e encaixando essas palavras às nossas situações de comunicação, sem nos importa quanto ao seu equivalente em Português.
Vejamos alguns exemplos e verifiquemos o quanto ficaria hilário ou inadequado se traduzíssimos tudo que nos chegasse de outro idioma em nome de um purismo linguístico.

1º) Eu preciso comprar um RATO (mouse), mas daquele com luzinha embaixo. Só não sei se com o rabo quadro (USB) ou redondo (PS2). Dizem que o que tem a ponta do rabo quadrado é melhor do que aquele que tem a ponta do rabo redondo, porque é uma conexão universal de série (USB);

2º) Fui ontem comprar uma televisão de tela de cristal líquido (LCD), mas o vendedor me convenceu a comprar uma de diodo emissor de luz (LED);

3º) Aquele cara vive dando uma de valente pra cima de mim (Bullying) o tempo todo.

4º) Aquele cara é do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Companhia Elétrica do Nordeste, no Canadá. (NERD).

5º) Eu adoro forró (FOR ALL);

Gilberto Gil nos traz um grande exemplo desse empréstimo linguístico que utilizamos tão naturalmente em nosso idioma, sem uma gota de arrependimento.
E Viva a Língua Portuguesa !!!


Gilberto Gil

Composição: Gilberto Gil
 
Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleja ...(2x)
Que veleje nesse informar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut de acessar
O chefe da Mac Milícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus para atacar os programas no Japão
Eu quero entrar na rede para contatar
Os lares do Nepal,os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar...

Uso correto da Língua Portuguesa

Hoje, na sala de aula, falando sobre as várias possibilidades de nos expressarmos usando nossa língua, um aluno questiou o por quê de não se ensinar o Português corretamente aos nossos filhos desde a sua infância para que não cheguem na escola falando "errado". Não que os professores não estejam ensinam ou estejam ensinando errado, mas não deveriam deixar falarem "errado". Deveriam corrigí-los o tempo todo.
A questão é o que fará com esse menino nas demais horas em que ele não estará em contato com o professor de Português e nem com seus pais?
Inevitavelmente, ele estará ouvindo e lendo as mais variadas formas de se utilizar o nosso idioma que, por questões socioculturais, não são privilegiadas. Sabemos que o Português Culto ou Formal é um acordo sociopolítico que faz essa variação da língua portuguesa ser privilegiada.
Na verdade, não podemos e nem devemos restringir o contato de nossos filhos e/ou alunos a essas variedades linguísticas menos privilegiadas, menos valorizadas. O que devemos fazer é explicar que para se passar em Vestibulares, Concursos Públicos, Entrevistas de Emprego se faz necessário a utilização da norma culta, o que a gramática orienta. No entanto, o preconceito linguístico existe quando dizemos que nossos filhos/alunos estão falando ou escrevendo errado quando não estão utilizando a norma culta.
Ah, então devemos deixar falar de qualquer forma?
Claro que não!!!
Devemos estimular a Competência Linguística em nossos filhos/alunos para que saibam ser bons interlocutores em qualquer momento em que necessite se expressar utilizando nossa língua. Esse momento pode ser numa roda de amigos ou numa entrevista de emprego.
Então, o importante é que devemos entender que podemos e devemos utilizar as mais variadas formas de uso da Língua Portuguesa de acordo com o contexto/momento no qual estamos inseridos.
Chorão, do Charlie Brown Jr, por exemplo, tem uma grande competência linguística, pois sabe utilizar a Língua Portuguesa das mais variadas formas além de ser muito hábil nos mais diversos gêneros musicais. Vejamos dois exemplos:



Bem, existe diferença no uso que ela faz da língua nos dois clipes. Observe e tire a sua conclusão. Será que por ele variar a forma de se expressar está falando outra língua ou está falando errado? Ou será que ele está utilizando a mesma língua de formas diferentes, contudo reais?
Um abraço a todos e todas!!!

domingo, 7 de agosto de 2011

Pra não dizerem que sou regionalista, que só puxo pro meu território os elogios, nem que só valorizo os ritmos pernambucanos ou nordestinos, vou falar de uma banda que sou fã desde minha adolescência, os Titãs. Pois é, gosto de rock, também, claro. Acho uma pena ter perdido Arnaldo Antunes, um grande poeta contemporâneo e excelente compositor. De qualquer forma, o rock dos Titãs ainda traz uma letra com conteúdo. O que isso quer dizer? Não estão pra fazer apenas som, preocupam-se em passar para os que curtem a banda algo de interessante. Isso eu dou muito valor. A canção a seguir teve sua letra usada em um dos vestibulares de federais aqui em Recife, dada a sua profundidade e construção coerente e melódica. Vamos curtir um pouco esse vídeo e fechar com algumas observações.
Vamos lá!!!

Epitáfio

Titãs

Composição: Sérgio Britto
 
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...
Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...(2x)
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...

Bem, comecemos a análise...
O título Epitáfio, significa "inscrição sobre lápides tumulares". (Houaiss Eletrônico)
O que isso quer dizer? O eu poético, ou seja, a pessoa quem está falando na letra da canção já foi dessa pra melhor. Ele estava sepultado e tinha uma lápide em sua homenagem. O que, provavelmente, estaria escrito nela? Será que: Aqui jaz aquele que viveu para trabalhar. Ou será que: Aqui jaz aquele que não viveu enquanto vivo.
Bem, com certeza, as duas alternativas estariam de acordo com o enredo dessa composição.
De qualquer forma, o personaem nos passa uma imagem de alguém que nunca parava para contemplar a beleza do mundo e das pessoas, mesmo com suas qualidades e defeitos, que estavam ao seu redor. Era distraído, não relaxado. Distraído porque não percebia o que estava perdendo tão concentrado em suas metas e ideias de ser feliz. Não era feliz. Os sentimentos eram levados a segundo plano, ou terceiro, ou quarto... Ele não chorava, não amava. Buscava a perfeição acima de todas as coisas. O que não é possível. Somos humanos. O sentimento predominante nessa letra é o lamento. Ele arrepende-se de não ter vivido plenamente, mesmo errando. Ele errou de nunca ter se deixado ser humano, com todas as suas imperfeições.
Os verbos "Dever" e "Querer" são usados no Preterito Imperfeito: "Devia", "Queria". Levando-se em conta que o Pretérito Perfeito dá ideia daquilo que se repetiu por mais de uma vez no passado e que não teve um final, ou que foi interrompido sem finalizar, ficaria inadequada a sua utilização. Mas o compositor, nesse caso, utilizou a forma popular que usamos no cotidiano, quando queremos expressar aquilo que gostaríamos de fazer, mas não fizemos. Se fosse utilizar a língua formal, o compositor deveria usar esses verbos no Futuro do Pretérito, e ficaria assim: "Deveria" e "Quereria". Essas formas não são vistas usualmente nas situações de comunicação na nossa sociedade.
De qualquer forma, existe a licença poética que faz com que o compositor não fique preso à formas acabadas e rígidas da Língua Portuguesa. E também não podemos deixar de perceber que a escolha da conjugação desses verbos foi a correta dentro do contexto em que essa canção está inserido, tanto em relação ao gênero musical, quanto ao público-alvo ao qual é dirigido essa letra.
Aqui finalizamos mais essa análise e espero que tenha ajudado a entender mais a nossa língua tão amada e tão odiada por tantos. Além de servir como homenagem a uma das bandas mais importantes em nosso cenário musical.
Um abraço a todos e a todas !!!

Artista Pernambucano

A Rede Globo, hoje, está de parabéns por ter rendido um programa inteiro em homenagem a um dos mais renomados artistas pernambucanos: Michael Sullivan. O nome desse programa é Espaço Pernambucano. Pena que é um curto espaço. De qualquer forma, valeu a inciativa da Globo valorizar nossos artistas.
Para quem não sabia, Michael Sullivan, é natural de Recife, mas tem sua família espalhada pelas cidades de Timbaúba e Nazaré da Mata, entre outras.
Muita gente não o conhece como cantor, mas, certamente, já escutou e curtiu suas canções nas vozes de cantores famosos como Roberto Carlos, Alcione, Sandra de Sá e Gal Costa.
Também fez parte das bandas Renato e seus Blue Caps e The Fevers. Junto com Paulo Massadas compôs sucessos como "Me dê motivo", interpretado por Tim Maia.
A dupla Sullivan e Massadas chegou a ter seus nomes registrados no Guiness Book, o livro dos recordes, por serem a dupla de compositores com maior número de discos nas paradas de sucessos em menor espaço de tempo.

Bem, como não poderia ser diferente, aqui está uma mostra de um dos seus sucessos, com sua respectiva letra para acompanharmos. Observe a letra desta canção, sem apelações, sem palavras de duplo sentido, mas com emoção e profundidade suficientes para fazer com que fique em nossas memórias ainda por muito tempo.
E viva o povo brasileiro. Viva o povo pernambucano!!!

Leva
(Michael Sullivan / Paulo Massadas)

Foi bom eu ficar com você
O ano inteiro
Pode crer foi legal te encontrar
Foi amor verdadeiro É bom acordar com você
Quando amanhece o dia
Dá vontade de te abraçar
Te trazer alegria
Tão bom encontrar com você
Sem ter hora marcada
Te falar de amor bem baixinho
Quando é madrugada
Tão bom é poder despertar
Em você fantasias
Te acender, Te envolver, Te ligar
Te fazer companhia
Leva (leva)
O meu som contigo leva
E me faz a tua festa
Quero ver você feliz
É bom quando estou com você
Numa turma de amigos
E depois de atenção
Você fica escutando o que eu digo
No carro, na rua, no bar
Estou sempre contigo
Toda vez que você precisar
Você tem um amigo
Estou pro que der e vier
Conte sempre comigo
Pela estrada buscando emoções
Despertando sentidos
Com você Primavera, Verão
No Outono ou Inverno
Nosso caso de amor tem sabor
De um sonho eterno
Leva (leva)
O meu som contigo leva
E me faz a tua festa
Quero ver você feliz

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Escola pública para os mais necessitados

Após várias décadas de predominância da elite nas Universidades Públicas devido a desigualdade social e a enorme dificuldade que se estabelecia através dos antigos vestibulares, o quadro dos estudantes matriculados nessas entidades de ensino superior tem mudado. É o que afirma a seguinte reportagem do Portal NE 10, do Jornal do Commercio. Mesmo assim, ainda precisamos lutar ainda mais, porque continuam as discriminações sociais e raciais, prejudicando muitos ao ingressos no Ensino Superior Público.

Segue a reportagem:

Mais de 40% dos alunos das universidades federais são das classes C, D e E

Publicado em 03.08.2011, às 07h27

Cerca de 43% dos estudantes das universidades federais são das classes C, D e E. O percentual de alunos de baixa renda é maior nas instituições de ensino das regiões Norte (69%) e Nordeste (52%) e menor no Sul (33%). É o que mostra pesquisa da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que será lançada nesta quarta-feira (3), sobre o perfil dos estudantes das universidades federais.

Para a Andifes, o resultado do estudo, que teve como base 22 mil alunos de cursos presenciais, desmistifica a ideia de que a maioria dos estudantes das federais é de famílias ricas. Os dados mostram, entretanto, que o percentual de alunos das classes mais baixas permaneceu estável em relação a outras pesquisas feitas pela entidade em 1997 e 2003.

LEIA MAIS
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Segundo o presidente da Andifes, João Luiz Martins, as políticas afirmativas e a expansão das vagas nas federais mudaram consideravelmente o perfil do estudante. A associação avalia que se não houvesse as políticas afirmativas, o atendimento aos alunos de baixa renda nessas instituições teria diminuído no período.

Martins destaca que se forem considerados os estudantes com renda familiar até cinco salários mínimos (R$ 2.550), o percentual nesse grupo chega a 67%. Esse é o público que deveria ser atendido – em menor ou maior grau – por políticas de assistência estudantil. A entidade defende um aumento dos recursos para garantir a permanência do aluno de baixa renda na universidade. “Em uma família com renda até cinco salários mínimos, com três ou quatro dependentes, a fixação do estudante  na universidade é um problema sério”, diz Martins, que é reitor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).

O estudo identifica que 2,5% dos alunos moram em residência estudantil. Cerca de 15% são beneficiários de programas que custeiam total ou parcialmente a alimentação e um em cada dez recebe bolsa de permanência.

Vânia Silva, 26 anos, ex-aluna do curso de pedagogia da Universidade de Brasília (UnB), contou, ao longo de toda a graduação, com bolsas e outros tipos de auxílio. No primeiro semestre, a ajuda era de R$ 130, insuficiente para os gastos com alimentação, transporte e materiais. Ela participou de projetos de pesquisa e extensão na universidade para aumentar o benefício e conseguiu moradia na Casa do Estudante. Mas  viu colegas desistirem do curso porque não tinham condições de se manter.

“Para quem quer ter um bom desempenho acadêmico, o auxílio é muito pequeno. Esse dinheiro eu deveria gastar em livros ou em viagens para participar de encontros de pesquisadores, mas usava para custear minhas necessidades básicas”, conta. Hoje, ela é aluna de pós-graduação e a bolsa que recebe continua sendo insuficiente para os objetivos que pretende alcançar. “Já tive trabalhos inscritos até em congressos internacionais, mas com essa verba não dá para bancar uma viagem”, diz.

Os reitores destacam que a inclusão dos estudantes das famílias mais pobres não é a mesma em todos os cursos. Áreas mais concorridas como medicina, direito e as engenharias ainda recebem poucos alunos com esse perfil. Cerca de 12% das matrículas nas federais são trancadas pelos alunos e, para a associação, a evasão está relacionada em grande parte à questão financeira.

“Em outras parte do mundo, a preocupação do reitor é com a qualidade do ensino e com a pesquisa. Mas aqui, além de se preocupar com um bom ensino, ele também tem que se preocupar com a questão social”, compara Álvaro Prata, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Para 2012, a Andifes reivindicou ao Ministério da Educação (MEC) que dobre os recursos destinados à assistência estudantil. A previsão é que a verba seja ampliada dos atuais R$ 413 milhões para R$ 520 milhões, segundo a entidade. “Com a política de cotas e a expansão da UnB para as cidades satélites, houve um aumento muito grande da necessidade de políticas de assistência estudantil. Mas isso é secundário para o governo e a própria administração da universidade. Muitas vezes, eles acham que têm que trabalhar para ter mais sala de aula e laboratório, mas não há o restaurante universitário”, observa a representante do Diretório Central dos Estudantes da UnB, Mel Gallo.
Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Viva seu Lua!!!

Hoje, 22 de agosto de 2011, comemoramos uma data muito especial no calendário cultural pernambucano. São 22 anos do falecimento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. A comemoração não é por ele ter nos deixado, claro, e sim por toda sua magnífica obra que nos presenteou em vida. Curtamos, então, um dos seus grandes sucessos, Assum Preto. Logo abaixo está a letra dessa linda canção.


Assum Preto
(Composição de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)

Tudo em vorta é só beleza
Sol de Abril e a mata em frô
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor (bis)
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do Assum Preto
Pra ele assim, ai, cantá de mió (bis)
Assum Preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil vez a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá (bis)
Assum Preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus.

Hoje estamos num mundo globalizado e democratizado cada vez mais, onde as pessoas estão a cada dia fazendo valer seus direitos de cidadãos e cidadãs. Essa mudança social fez surtir efeitos em vários segmentos da sociedade. Entre eles, podemos destacar as campanhas publicitárias. As propagandas estão se aperfeiçoando para estarem em sintonia com o público atual, caso contrário, as empresas perderiam clientela e, consequentemente, dinheiro.
As empresas de publicidade têm investido em pesquisas para verificar o perfil de seus possíveis consumidores com o intuito de promover de uma maneira mais clara e objetiva seus produtos e serviços. Abaixo podemos ter um bom exemplo disso:


Em contrapartida, como a sociedade responderia ao anúncio do Fusca publicado em 1969 da forma como foi feito? Isso demonstra como o gênero propaganda tem se modificado ao longo dos tempos seguindo as tendências impostas pelos consumidores, seu público-alvo.


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Regras da Nova Ortografia

Um dia desses recebi uma ligação do diretor do departamento onde trabalho questionando-me sobre o uso de "Pró-" na palavra "pró-ativo". Sua justificativa era que as regras da ortografia da Língua Portuguesa tinham sido modificadas e estava em dúvida de como escrevê-las. A palavra em questão era uma delas. Embora tenha dito a mim que tenha utilizado essa palavra pouco tempo atrás, estava inseguro quanto a sua grafia. Como eu sou professor de Português, ele achou por bem me pedir auxílio.
Bem, em relação ao ser professor de Língua Portuguesa, isso é verdade. Mas também acho que não é obrigação apenas do professor de língua dominar o nosso idioma. Ainda mais quando se trata de pessoa que precisa utilizar a forma culta da língua no seu cotidiano, como é o caso dele, diretor de departamento. De qualquer forma, expliquei que alguns prefixos como "pré-", "pró-" e "pós-" deveriam ser usados da mesma forma que antes da nova regra ortográfica.
Queridos leitores, mesmo assim, ele não se deu por satisfeito e foi consultar outras pessoas e livros. É o que dá ser do conhecimento de todos sua profissão de professor. Sempre acham que você sabe mais, ou deveria saber mais. Mesmo assim, não te dão crédito, pois essa profissão não é, por muitos, valorizada e admirada há muito tempo.
A propósito, aqui está a regra do uso desses prefixos para vocês que precisam, de uma maneira ou de outra, utilizar em seus atos de comunicação a forma culta, privilegiada, de nossa língua representada pela Ortografia Oficial da Língua Portuguesa.

Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos:
além-mar, além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, ex-diretor, ex-hospedeiro, ex-prefeito, ex-presidente, pós-graduação, pré-história, pré-vestibular, pró-europeu, recém-casado, recém-nascido, sem-terra. (TUFANO, Douglas, Michaelis - Guia Prático da Nova Ortografia. Melhoramentos, 2008.)

Portanto, caros leitores, aqui fica uma dica de como escrever dentro das novas regras ortográficas, caso precisem. Vocês também podem acessar sempre que quiserem na coluna da esquerda do blog o tópico sobre as Regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa. Um abraço a todos e a todas.