sábado, 30 de julho de 2011

Imperativo, o Imperador.

Imperativo era um imperador. Em seu reino, quem mandava era ele. Ele ditava as regras, regulamentava as leis, desmandava, dizia o que devia ou não ser feito. Quando estava de bom humor, até dava conselhos. Isso, até aconselhar , o Imperativo fazia.
Certo dia, alguns de seus súditos decidiram se rebelar contra seu jeito mandão de ser e decidiram tirá-lo do poder. Ao conseguirem esse feito, mandaram, como castigo, o ex-imperador ser o mordomo de um homem muito rico. Não deu outra, assim que começou a trabalhar, o Imperativo iniciou suas sessões de ordem, mandamentos, conselhos em cima da criadagem da casa. Não demorou muito, e os criados também resolveram se rebelar e tiraram-no do cargo. Como castigo, empregaram-no numa casa de família de classe média como babá de duas criancinhas. Logo ao assumir o cargo, começou a aconselhar, mandar e ordenar as duas criancinhas que, não aguentando mais, foram reclamar aos pais.
Quando seus pais souberam dos mandos e desmandos do Imperativo, resolveram chamar a comitiva dos rebeldes que o tiraram do poder para ver se eles teriam uma solução. Não sabiam eles, que iriam se deparar com um baita problema que acontecia no castelo.
Os rebeldes, ao saberem da história que os pais das duas criancinhas lhes contaram, foram checar com os outros ex-patrões do Imperativo sobre seu comportamento e viram que em todo lugar, o ex-imperador sempre tinha as mesmas atitudes, onde quer que estivesse: mandava, ordenava, aconselhava, queria que todos fizessem o que ele ditava, cheio de argumentos. Então, vendo que seria impossível mudar o Imperativo, tiveram uma ideia, por fim.
Quando eles tiraram o Imperativo do poder, tinham posto em seu lugar o Adjetivo, que só fazia adjetivar tudo e todos ao seu redor. Às vezes, elogiava, dizendo belo, inteligente, perspicaz, eloquente etc. Outras vezes, xingava com estúpido, feio, maldito, abestalhado. Mas não sabia ser um imperador. O reino estava virando uma bagunça total.
Depois do Adjetivo, os rebeldes puseram no poder o Substantivo. Foi outra confusão. Em vez de imperar, ele fazia questão de decorar o nome de tudo e todos. Sabia decoradamente o nome de cada um do reino. O que não tinha nome, ele nomeava. Também, às vezes, quando estava de mau humor, metia apelidos em todos, piorando ainda mais seu reinado.. E o país estava ainda mais em declínio.
Então, os rebeldes, depois de uma demorada e exaustiva reunião, decidiram pôr de volta o Imperativo no poder, pois o reino precisava de alguém com pulso e atitudes imperativas para voltar ao crescimento, ao equilíbrio e à justiça social. No entanto, fizeram-lhe uma proposta. O Imperador Imperativo não podia governar mais sozinho, teria conselheiros, formados pelas mais variadas classes gramaticais do reino: Adjetivo, Advérbio, Substantivo, Pronome, Preposição etc. Todos poderiam ajudar o Imperativo a governar. Pois, afinal, quem nasce imperativo, imperativo sempre será.
Tony Lima

Bem, depois dessa pequena fábula, vamos curtir Pitty, com um dos seus sucessos onde ela usa e abusa de imperativos. Trata-se de uma letra que nos leva a refletir sobre a sociedade. E, principalmente, sobre nosso papel na sociedade. Será que devemos ser cidadãos que apenas observam o que está em volta sem nos envolvermos, totalmente influenciados pelas mídias, como simples robôs, ou será que devemos ser ativos, tendo atitudes capazes de modificar o meio onde estamos inseridos?
Vamos refletir sobre isso!!! Devemos ser seres humanos capazes de entender, refletir e transformar nossa sociedade para que tenhamos um futuro melhor para todos.


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