segunda-feira, 20 de junho de 2011

Amor é um fogo que arde sem se ver

Este é um dos mais famosos sonetos de Luís de Camões, poeta português. Observe como ele constroi o poema que fala de modo tão singular sobre o AMOR. Por se tratar de um soneto, é dividido em duas estrofes de 4 versos e duas estrofes de 3 versos. Os versos são decassílabos (10 sílabas poéticas), características de seu tempo. Camões foi basear-se em Corintios 13 para falar do tema. É um grande exemplo de Intertextualidade. Legião Urbana, posteriormente, escreveu Monte Castelo baseado nesse soneto de Camões e em Cotintios 13, produzindo mais um grande exeplo de Intertextualidade na obra literária. Curta esse poema e escute a sua versão na música de Legião Urbana.
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Amor é um fogo que arde sem se ver
Luís de Camões

Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que doi e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?



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